400 anos depois do nascimento...

Talvez seja parvoíce minha mas como, pessoalmente, gosto imenso deste texto (Sermão de Santo António aos Peixes) e como faz hoje 400 anos desde o nascimento do Pe. António Vieira, achei que era uma boa altura para partilhar convosco os textos das noites de insónias. Este é o meu grande português para quando vier a 3ª equipa...

"O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar..."

Podem encontrá-lo na íntegra aqui:

http://www.portoeditora.pt/bdigital/pdf/NTSITE99_SerStoAntPeix.pdf

ou aqui

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000033.pdf

Mais sobre o Pe. antónio Vieira aqui:

http://www.rtp.pt/gdesport/?article=97&visual=3&topic=20

"Nascido em 6 de Fevereiro de 1608, o sacerdote e orador português foi, com apenas 6 anos, para a cidade de Salvador da Bahia, Brasil.(...) era um aluno medíocre, sem brilho intelectual. Um dia, ao esforçar-se por compreender uma lição numa biblioteca da cidade alta de Salvador da Bahia, levou o que popularmente se denomina um “estalo”. E a partir de então desenvolveu a brilhante oratória.(...)
O Padre António Vieira começou a desenvolver importante actividade missionária junto dos índios brasileiros. E isso faz dele um homem notável. “É o lutador pela liberdade dos índios, nações, culturas e povos com identidade própria, num tempo em que a regra era precisamente a da escravatura, domínio e subjugação”, aponta Marcelo Rebelo de Sousa. Votava uma dedicação ímpar às grandes causas e usava a indignação para fins de tribuna e oratória. Nele, a indignação fabricava excelentes dissertações. A luta pelos direitos dos indígenas originou reacções por parte dos colonos, evidentes no célebre “Sermão de Santo António aos Peixes”, pregado em 13 de Junho de 1654, na cidade de São Luís do Maranhão. Neste campo, sempre preferiu a discussão à “paz”.