sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Ser Caminheiro não é o primeiro passo para ser Dirigente

A principal missão do CNE é apoiar crianças e jovens a educar-se para a vida, através de um método particular: Método Escutista, que é aplicado tendo em conta as características pessoais de cada um.

Quando um elemento chega a Caminheiro, o seu objectivo é concluir a sua preparação para fazer parte de uma sociedade onde os valores aprendidos, defendidos e vividos na associação possam fazer a diferença. Ser Caminheiro não é o primeiro passo para ser Dirigente.

O Caminheiro tem, assim, duas opções no final da sua caminhada: fazer a Partida e dar o seu contributo activo nos sectores diversos da sociedade onde se insira ou fazer a Partida e, caso a Direcção do Agrupamento o deseje e lhe reconheça perfil para tal, fazer o CIP e convidá-lo para Dirigente, com funções e responsabilidades bem definidas e de grande delicadeza.

O facto de um Escuteiro, neste caso Caminheiro ter uma deficiência, não lhe retira o mérito de ser um bom elemento. Torna-se necessário, no entanto, avaliar o tipo de deficiência em causa já que, ao lhe ser proposta uma missão diferente, a de educar e ser responsável por uma Unidade ou Secção, ele irá, no momento da sua investidura como Dirigente, assumir direitos e deveres diferentes dos anteriormente vividos.

O propor um Caminheiro com uma deficiência, por exemplo, do foro mental ou psíquico, é factor de discriminação por si só, pois implica um tratamento “demasiado diferente” do elemento em questão, muito para além da desejável atenção que devemos ter com cada indivíduo.

Este deverá ser preparado, tal como qualquer outro Caminheiro, para efectuar a sua Partida e deixar o Agrupamento, sem prejuízo de poder continuar a dar algum apoio pontual que seja considerado útil (aliás, figura prevista no Regulamento Geral do CNE).

Uma decisão desta natureza não é fácil para qualquer Direcção de Agrupamento, mas quero acreditar que não o será para qualquer elemento que tenha efectuado a sua Partida e mostre desejo de iniciar uma nova etapa como Dirigente.

Qual o caminho a seguir? Ora aí está um excelente tema para um debate alargado e desempoeirado na nossa Associação.

Tigre Teimoso
Olga Oliveira Cunha

IN www.derivas.org

 

1 comentário:

Unknown disse...

Fonix! Ora aí está uma prova que nem tudo é belo.

Sem ponta de dúvida que todos nós somos uns felizardos, pois temos saúde mental para dar e vender.

Obrigado Ruben, gostei muito de ler o que lí.