sábado, 28 de outubro de 2006


Personifica o exemplo de coragem e tenacidade na luta pela liberdade. Trabalhadora rural, Catarina Eufémia reivindicava pão e melhores salários quando foi assassinada em terras de Baleizão pelas forças do regime salazarista. Viviam-se tempos difíceis no Alentejo. Com condições de vida precárias, os camponeses saíram à rua para protestar. Catarina Eufémia - que se supõe ter sido militante comunista - liderava o movimento. Era o símbolo da dedicação aos ideais, como a justiça e a igualdade. A sua trágica história tornou-se numa lenda e inspirou vários poetas ao longo de décadas.

4 comentários:

Unknown disse...

É a última vez que me intrometo... ou não.

Muito melhor que Picasso.

As oportunidades que passam...

Eu teria escolhido algo dentro deste tipo mas como vocês é que sabem... Ficam com o meu esforço.

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Todo o país estava em luta. Os trabalhadores sofriam a repressão e a exploração económica. Lutavam por condições mais dignas e melhores salários. Sentiam na pele o regime ditatorial de Salazar. No Alentejo, os trabalhadores agrícolas estavam em greve. Já se recorria a mão-de-obra de outras zonas do País que se sujeitava às condições precárias que ofereciam os empresários. A década de 50 foi um período de grandes tensões sociais. E a PIDE estava à espreita, assim como a GNR, que tinha postos nas próprias herdades.

Em 19 de Maio de 1954, a situação agravou-se. Os camponeses abordaram abertamente um grupo de trabalhadores recém-chegados para que, também eles, reivindicassem melhores condições de trabalho. Os ânimos aqueceram. Catarina Eufémia, uma ceifeira analfabeta, estava à frente do movimento. Mulher de coragem e determinação, defendia o direito à liberdade de expressão. Lutava por uma sociedade mais justa e, como a própria afirmava, por “pão e trabalho”. Ao ser abordada pelo tenente Carrajola, da GNR, Catarina respondeu com autoridade. No mesmo momento levou vários tiros e morreu. Tinha 26 anos e três filhos. Crê-se que estava grávida. A notícia chocou o País. Catarina Eufémia morreu como uma resistente, exigindo mais dignidade para os trabalhadores agrícolas. A sua acção foi imortalizada. Jovem assalariada rural, ficou na memória de todos como um símbolo da luta pela liberdade. Tem sido, ao longo das décadas, fonte de inspiração de poetas portugueses. Sophia de Mello Breyner escreveu num poema: “Tinha chegado o tempo / Em que era preciso que alguém não recuasse / E a terra bebeu um sangue duas vezes puro / Porque eras a mulher e não somente a fêmea / Eras a inocência frontal que não recua / Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste / E a busca da justiça continua.”

Até hoje subsistem dúvidas se Catarina Eufémia era ou não militante comunista. Segundo o PCP, não só era militante, desde 1953, como também membro do comité local de Baleizão e um dos seus membros mais activos. Outros defendem que houve um aproveitamento, pelo Partido, da figura da jovem camponesa. Pretendia-se passar, na altura, a imagem de um Alentejo fortemente comunista. Fosse ou não, a verdade é que Catarina Eufémia será sempre um poderoso mito da identidade resistente dos campos do Sul do País.
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R.Brilhante disse...

Ok já percebi a mensagem. A pedido de muitas famílias estou disponível a reconsiderar a minha decisão. No entanto terei que discutir este assunto em equipa. Se a equipa Picasso quiser mudar sugiro que se apresente propostas quanto ao novo patrono. Neste fim de semana a decisão será tomada.

Unknown disse...

Para mim a vossa decisão está tomada. Nunca aceitaria escolherem uma equipa porque eu vos exijo pois acho que não gostaria que me fizessem o mesmo a mim. Muito menos aceitaria que escolhessem esta senhora como patrono depois de eu a ter colocado no blog.

Coloquei aqui para deixar a minha vontade bem esclarecida e para "mostrar" que andei a trabalhar para vocês e á procura de patronos possíveis.

Bom trabalho no sábado. Se precisarem vão comprar o que falta que logo se vê como pagar... Cuidado com o que gastam´.

Texugo lateiro

Andreia R. Silva disse...

Brilhante gasta algum tempo a folhear o tal livro das biografias que vos levei, tem centenas de personalidades marcantes,.. nem que seja para re-afirmarem com certeza a vossa decisão.
Até 6ª, resto de bom feriado!
*abraço a todos